MÉTODOS PARA AVALIAR O RISCO DE CRÉDITO

   

Se o património e a integridade de um cliente devem estar incluídas na lista de variáveis a ter em conta na decisão de concessão de um crédito, para avaliar corretamente o risco, é fundamental adotar metodologias de avaliação rigorosas. Existe uma multiplicidade de informações disponíveis sobre os proponentes de crédito,  que deverão ser processadas para se tornarem relevantes para o analista de crédito.

Que métodos existem, para análise e avaliação do risco de crédito?

 

Método de Aceitação e Avaliação Comportamental

Preliminarmente à relação comercial, o analista deve ter à sua disposição informação que possibilite uma avaliação cabal sobre o risco do crédito a conceder.

Esta análise envolve a verificação de incidentes, ações judiciais, com outros fornecedores ou a sua postura no mercado com com parceiros de negócio. Aqui, procura-se determinar a capacidade de um novo cliente (ou um atual que pretenda reforçar o crédito que lhe foi concedido anteriormente) vir a cumprir no futuro, os compromissos financeiros com que se comprometeu.

Esta análise é incontornável, pois é nesta fase que se determina a aceitação, ou não, da concessão de crédito e, em caso de aceitação, qual o limite inicial a conceder.

A avaliação de crédito deve consistir num processo contínuo, bem como a análise da probabilidade de incumprimento.

Uma vez o crédito concedido, a informação deve ir sendo, progressivamente, refinada, através do conhecimento adicional, relevante e atualizado. Uma eficaz atribuição inicial de crédito, bem como uma correta classificação do cliente em termos de risco identificado nesta primeira fase, assumem papeis de destaque para que, uma vez concedido o crédito, a gestão e o controlo da exposição ao risco a ele associados, sejam igualmente eficazes.

 

Método de Avaliação Casuística

Com este método, a avaliação do crédito é efetuada através da interpretação de vários indicadores que caracterizam cada cliente. Tendo em conta que se trata de uma análise com um certo grau de subjetividade, todas as informações recolhidas e os fundamentos que darão origem à decisão de crédito, deverão ficar registadas numa Ficha de Crédito

De uma forma simples, neste método,  podemos representar o risco de crédito através da seguinte equação:

Risco de Crédito = Carácter do Cliente + Capacidade + Capital + Colateral + Controlo

– Carácter do Cliente: tem como finalidade avaliar a intenção/capacidade que o cliente tem, de cumprir o pagamento dos compromissos assumidos.

É importante considerar a estrutura do negócio, o número de empregados, o número de anos de atividade da empresa, ao faturação, a reputação dos sócios ou representantes do negócio.

– Capacidade: representa o potencial do cliente em gerar meios financeiros que lhe possibilitem liquidar o crédito de que beneficiou.

– Capital: verificação do património líquido e outros recursos que o cliente tenha disponível, para fazer face às dividas contraídas, principalmente de longo e médio prazo. Assim, será útil manter um acompanhamento da evolução do seu fundo de maneio e do seu cash-flow.

– Colateral: uma forma de intensificar a segurança no que respeita ao futuro recebimento do valor de um crédito solicitado. Por norma tratam-se de ativos complementares que o cliente apresenta como garantias, que deverão representar valores iguais ou superiores ao montante a crédito solicitado.

Justifica-se que a avaliação do Colateral seja tanto mais exata, quanto maior o risco de crédito, devendo ter em conta a liquidez, a depreciação, a localização, os custos de manutenção e as despesas de venda do bem.

– Controlo: não é mais que o  contexto e a análise do meio envolvente e das condições do mercado, que o cliente não controla, mas que tem influência no risco do seu crédito (por exemplo a concorrência, conjuntura económica).

 

Estes parâmetros de avaliação ficarão expressos na Ficha de Crédito, como base para a emissão de um parecer do analista.

Uma das principais limitações apontadas à avaliação casuística reside no fato das decisões de crédito dependerem da análise individual do analista, que pode ser determinada pelas circunstancias, pelo contexto e até mesmo pela sua interpretação individual e subjetiva.

 

Método de Avaliação Automática

Se, como vimos, a avaliação casuística pode depender das condicionantes que se colocam ao analista de crédito, por oposição, a automatização da tomada de decisões é totalmente objetiva. Neste caso, a empresa credora poderá diminuir encargos com a estrutura de recursos humanos, através da redução do número de analistas de crédito necessários, bem como obter informação totalmente objetiva, tratada matematicamente, sem qualquer intervenção humana.

No entanto, implementar um sistema automático que responda eficazmente às necessidades de informação para a tomada de decisão é oneroso e pouco exequível para a maior parte das empresas, pois implica uma enorme quantidade de dados, oriundos de diversas fontes, um tratamento e atualização permanentes e diárias dos mesmos, para que possam aferir, de forma adequada, as informações relevantes e pertinentes para uma correta e fiável decisão. Deste modo existem empresas especializadas nesta matéria, que facilitarão o trabalho dos analistas, através de ratings e scores desenhados e atualizados para o efeito.

 

Independentemente do método utilizado para quantificar o risco de incumprimento de um clientes, a avaliação do risco de crédito deverá ter sempre em consideração as especificidades do crédito em questão, no que respeita ao risco, às margens de lucro que deverá gerar, aos custos de gestão e aos custos de oportunidade que estão inerentes.

 

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